. Poema
. "Acordei uns dias depois....
Vem a Floribella e pergunta ao Arrais do Inferno:
Flor. Para onde ides?
Dia. Para o local infernal...
Flor. Mas essa barca é tão feia!
De certeza que nem palcos tem…
Dia. Olha lá para que raio é
que tu precisas de palcos depois de morta?
Flor. Para que é que achas?
Para poder cantar e
com a minha beleza mostrar
que sou uma estrela!
Dia. Estrelas no Inferno?
Hi, hi, hi só podes estar a brincar!
Flor. E quem é que disse que
eu quero ir para o Inferno?
Dia. E achas que consegues ir para o céu?
Com a fama toda que tinhas
não vais de certeza!
Flor. Porque não irei?
Sou bonita, o meu cabelo é espectacular,
tenho uns peitos que metem
inveja as muitas mulheres…
Que queres mais?
Dia. Por falar em peitos onde é
que arranjas-te dinheiro
para os poderes ter?
Flor. Com o meu trabalho!
Dia. Qual deles o de cantora,
o de apresentadora, o de actriz,
ou o de pega?
Flor. Pega? Eu? Deves estar a ver mal!
O dinheiro consegui-o trabalhando.
Dia. Deves ter trabalhado muito!
Flor. Quero lá saber do que pensas,
Nesta barca é que eu não entro!
Dirigiu-se para a barca do anjo!
Flor. Esperai por mim!
Anjo Que quereis de mim?
Flor. Quero ir para o paraíso contigo!
Anjo Quem és tu?
Flor. Sou a Floribella.
Não me conheces?
Sou da televisão!
Anjo Porque razão te levarei comigo?
Flor. Porque sou uma estrela!
Anjo Uma estrela que se faz
as inocentes crianças?
Flor. Eu não me faço a elas,
eu apenas adoro crianças!
Anjo Mas aqui não entrarás!
Pois acabas-te de mentir e
aproveitas-te de muita coisa na terra!
Flor. Porquê? Eu apenas fiz o que mais gostava
Anjo Talvez porque nunca tenhas
pensado nas poucas vergonhas
que andas-te a fazer!
Volta à barca do Diabo
Flor. Hou da barca!
Dia. Sempre voltas-te!
Agora entrai e remai.
Daqui a pouco chegaremos
ao infernal cais!
Estava no final da tarde, ninguém se levantava, o vermelho da sala estava cada vez mais vivo e o preto mais escuro. O lume brilhava nas paredes claras, nos vidros e reflectia nas caras. Andreia continuava encostada ao seu sofá preto pensando se ia conseguir chegar onde mais queria e se valia a pena lutar por tudo. Cristiana sentada na cadeira li-a o seu romance com lágrimas que lhe caiam pela cara, ao seu lado estava um lindo candeeiro vermelho que a iluminava. Fátima olhava, pela janela embaciada, para o mar e suspirava. João continuava encostado à parede vermelha ao lado da lareira para se aquecer e sentia que mais tarde ou mais cedo teria de dizer a verdade por muito que lhe custasse.
A publicidade influência muito as pessoas pois maior parte das pessoas compram o que a publicidade divulga.
Um dos anúncios fala em como poupar detergente da louça e recomendam Fairy, dizendo que ele é mais económico, que tira mais facilmente a gordura e em pouca quantidade e que a louça pode ser lavada com água fria e que os outros detergentes são mais baratos mas que se gasta mais por isso tem que se comprar mais vezes acabando por se gastar o dobro do dinheiro, que não são tão eficazes e que não cuida as mãos ao contrário do novo Fairy com estratos de limão que as protege. O aumento da procura de Fairy tem aumentado cada vez mais desde que surgiu esta publicidade porque as pessoas poupam mais e pensam que tudo o que a publicidade diz é verdade.
Na minha opinião as pessoas não deviam ligar muito ao que a publicidade diz pois muitas vezes ela omite as consequências que o produto pode ter e também há outras marcas que podem até ser melhor que os produtos que a publicidade divulga. Por isso as pessoas não devem de acreditar sempre no que a publicidade diz e também devem procurar outras marcas!
Que peso tem um bocado?
Mamã, sabes-me dizer?
E um triz, quanto é que mede?
Alguém me faz entender?
Quem é que é o destino?
Porque tem tanto poder?
Um ápice é quanto tempo?
Isso queria eu saber!
E isso de me pôr fino?
Não fica magro quem quer!
Como é que se dá o litro?
É num frasco ou à colher?
Como é que tenho sete olhos
se só dois consigo ver?
Camisas de sete varas?
Não consigo compreender!
Se me falta um parafuso?
Não me lembro de o perder…
Tenho a cabeça na lua?
Que me dera a mim poder!
E os bichos-carpinteiros
quem é que dá de comer?
Como é que um alho é esperto?
Lá isso não pode ser!
Eu acho que há expressões
que são casarões antigos
que escondem nos alçapões
o tesouro dos sentidos.
Autor: José Guedes
Moderno e confortável
No comboio descendente
1º-
Ao entardecer os campos enchiam-se de neblina, o Pico ficava baço e monumental nas águas. Dos lados da estrada da Caldeira sentiu-se uma tropelada, depois pó e um cavaleiro no encalço de uma senhora a galope.
- Slowly! Let go him alone…
Os cavalos meteram a trote e puseram-se a par. O de Roberto Clark vinha suado, com um pouco de espuma na barriga e sinal de sangue num ilhal. O de Margarida, enxuto, meteu a passo.
- Ah, não posso mais…
Continuação
Margarida sabia que não podia parar, mas não estava a aguentar até que Roberto lhe disse:
- Anda para o meu cavalo, amarramos o teu a uma árvore e assim podes descansar.
- Prefiro ir no meu não o quero deixar aqui sozinho, mas obrigado. – Disse Margarida.
Eram 19horas e ainda não tinham chegado ao cimo do Pico e Roberto questionou:
- Tu e o teu marido dão-se bem?
- Desculpa! Mas o que é que tu tens a ver com isso? – Perguntou Margarida espantada.
- Eu não tenho nada a ver com isso, mas na quarta-feira quando o teu marido chegou a casa não gostou de me ver e à noite ouvi-vos discutir.
- O meu marido e eu damo-nos bem, ele é que anda sempre em viagens e estranhou a tua presença, mas não se importa. A discussão não foi por tua causa, não te preocupes, é normal em todos os casais existir discussões!
Com esta resposta ficaram os dois calados quase até chegarem ao cimo do Pico.
Margarida suspirou quase todo o caminho olhando de vez em quando para o seu amigo de longa data. Roberto olhava-a constantemente pois queria-lhe dizer o que sentia já à muito tempo por ela.
- Estamos quase a chegar! – disse Margarida sorrindo – Mas tenho medo que a minha filha não esteja lá.
- Não sejas pessimista, a tua filha vai voltar para casa ainda hoje tenho a certeza! – Disse confiante Roberto.
Chegaram num instante ao cimo.
- Queres que vá contigo? - Inquiriu Roberto.
- Não! Fica aqui e se eu precisar de alguma coisa mando um grito. – respondeu Margarida.
Margarida andou um pouco mais e desapareceu no nevoeiro. Olhou à sua volta, mas não viu ninguém até que lhe tocaram.
- O que é que estás aqui a fazer? – Perguntou ela.
-Estava à tua espera! – respondeu o marido dela.
- Não acredito que foste tu que raptas-te a nossa filha! Porque é que fizeste isto?
Nesse instante ouve-se um tiro e o marido de margarida cai no chão. Ela chama Roberto e pergunta-lhe:
- Foste tu que o matas-te?
- Não! Baixa-te podem mandar outro tiro!
- Então quem foi?
- Cuidado! Eu não sei quem o matou.
Ao mesmo tempo que ele responde passa um homem de cavalo com uma arma no mão.
Margarida levanta-se e começa a chamar pela filha, Roberto também a ajuda a procurar. Ela procurou por todo o lado até que a encontrou. Estava amarrada a uma rocha com a boca tapada.
- É melhor irmos embora eu levo o corpo no meu cavalo. – Disse Roberto.
- Mãe que corpo é que o Roberto vai levar? – Questionou Ana.
- É o corpo do teu pai, ele está morto! – disse Margarida chorando.
Ana chorou todo o caminho e quando chegou a casa disse:
- Foi o meu pai que me levou e quando ele estava a falar contigo apareceu o amigo do pai e disse que ele era um violador e disparou, mas eu pensei que não tinha acertado nele.
- É melhor ires tomar um banho, estás muito fria e precisas de ir tomar dormir. – Disse Margarida.
Ana assim o fez enquanto Margarida ficou na sala com Roberto.
- Margarida eu sei que não é o momento mas eu não consigo guardar mais isto para mim… - disse Roberto.
- Diz o que é! – Pediu Margarida.
- Eu estou apaixonado por ti! Desde que nos conhecemos eu sei que tu não sentes a mesma coisa por mim mas queria que soubesse.
- Não estava à espera disso, mas como tu o dizes-te não é altura de falar-nos sobre isso! Desculpa, mas estou muito triste pelo que se passou. Boa noite.
- Boa noite. Qualquer coisa chama.
- Está bem.
No dia seguinte Margarida organizou todo para ir até à capela onde estava o seu marido. Quando abriu a porta para sair estava lá o homem que tinha matado o seu marido.
-O que estás aqui a fazer? – Perguntou Margarida fingindo que não sabia o que se tinha passado.
- Quero dizer-te umas palavras se pode ser eu sei que estás de saída, mas eu não me demoro muito. – Disse ele.
- Entra! Senta-te! – Disse ela.
- eu sei que tu sabes que foi eu o assassino mas eu só fiz aquilo porque o Manuel matou à um mês a minha sobrinha.
- Mas, ela estava em viagem! E porque é que ele iria fazer uma coisa dessa?
- Ele disse-te que estava em viagem, mas na verdade não estava. Ele foi à casa da minha sobrinha violou-a e eu tinha de ir a casa dela por causa de uma carta que foi de engano para minha casa. Quando ia a bater à porta ouvi um tiro. Deitei a porta a baixo e ele estava despido e com a arma na mão. Eu disse-lhe que me ia vingar do que ele fez. Ontem à noite seguiu e viu violar a tua filha. Quando tu chegas-te eu perdi a cabeça e matei-o.
- O quê? Isso não pode ser possível! Ou melhor pode agora entendo porque a Ana não quer ir ao funeral. – Disse Margarida.
- Eu vou ter de ir embora, assim também não te atraso mais. Adeus. – Disse ele com pressa.
Quando bateu a porta Margarida foi falar com Ana e ela confirmou todo.
No dia seguinte depois do funeral Roberto foi com Margarida para casa e pelo caminho ela contou-lhe todo o que se tinha passado. Roberto ficou de boca aberta mas não disse nada.
Os dias propagaram-se e já passaram quatro anos que o marido de Margarida morreu.
Margarida apaixonou-se por Roberto, eles casaram-se e tiveram três filhos e Ana entrou para a universidade para tirar o curso de polícia, pois queria prender todos os violadores de adolescentes.
Acordei uns dias depois no hospital. Estava muito fraca pois a queda do precipício foi muito grande. Não sei bem como aconteceu a única coisa que me lembro antes de cair foi de estar a discutir com a Marisa.
Não consegui comer e tive três dias de coma, não sei como sobrevivi. A minha mãe tem me perguntado o meu nome, idade, onde moro para ver se não tenho amnésia.
Hoje ainda estou no hospital e já passaram dois meses, ainda não me deram alta porque estou a ganhar febre e ainda continuo muito fraca.
As minhas amigas fizeram-me uma surpresa, como hoje faço 14 anos vieram visitar-me. Depois de me cantarem os parabéns Marisa pediu para ficar sozinha comigo.
Quando elas saíram, Marisa perguntou-me:
- Já estás melhor? Lembras-te do que se passou?
- Sim, já estou melhor mas ainda não tenho apetite de comer e se como forçada vomito tudo o que comi. Eu ainda não me lembro muito bem do que se passou só sei que estava discutir contigo por tu te ires embora. - Respondi-lhe.
- Eu sei que não vai ser fácil para nenhuma de nós a minha ida, mas tem de ser. – Disse Marisa.
Quando lhe ia perguntar o que se tinha passado o porteiro pediu para que as visitas acabassem por hoje e Marisa despediu-se e foi-se embora.
Às 19:30 a minha mãe apareceu no hospital com o meu pai e o meu irmão. Rafael curioso com que o me tinha acontecido, perguntou:
- O que se passou Diana, para tu caíres do precipício?
- Não sei mas gostava de saber, hoje a Marisa veio visitar-me e eu quando lhe ia perguntar o que se tinha passado o porteiro mandou-a sair. – Acrescentei.
- Também era o mínimo que ela podia fazer depois da discussão que vocês tiveram por causa dela… - Constatou a minha mãe.
- Mãe, não fales assim da Marisa, ela está a com o pai acho bem que ela queira viver com a mãe e foi eu que embirrei… aconteceu o que teve de acontecer! – Respondi-lhe.
Pedi aos meus pais para saírem do quarto pois estava muito cansada.
Na manhã seguinte Marisa apareceu no hospital às 7:30 da manhã e pediu para falar comigo e o porteiro deixou-a entrar.
Quando Marisa entrou no quarto estava a chorar e eu perguntei-lhe:
- O que se passa? Não chores!
- Foi eu que te empurrei! – Disse ela chorando ainda mais.
- Pára de chorar e conta-me todo direito! – Pedi-lhe.
Marisa parou de chorara e disse:
- Sou eu a culpada por tu estares ai! Quando estávamos a discutir eu empurrei-te!
- Não foste nada! – Disse eu.
- Mas foi! Já agora como sabes que não foi eu? Tu lembras-te de alguma coisa? – Inquiriu ela.
- Porque tenho a certeza que não eras capaz de fazer isso mesmo que tivesses muito zangada comigo e esta noite não dormi quase nada e consegui lembrar-me! Eu estava a discutir contigo quando tu me tocaste nas costas e eu desequilibrei-me numa pedra e cai. – Disse eu
- Tens a certeza, porque deu a sensação que foi eu ao tocar-te nas costas que te empurrei. – Disse ela.
- Tenho a certeza absoluta! – Disse eu com um sorriso na cara.
- Pareceu mesmo que foi eu mas como tu dirias eu nunca conseguiria fazer isso. – Acrescentou ela abraçando-me.
Quando Marisa acabou de falar o médico entra no quarto e diz-me que eu já me podia ir embora, mas claro que vou ter cuidado por causa das costas.
Às 17:00horas estava em casa com a minha família e as minhas amigas a despedirmos da Marisa pois ela no dia seguinte estava de partida.
Vai ser uma amiga que ficará para sempre no meu coração pois ela é a minha melhor amiga.
Uma coisa vos garanto nunca mais vou para a beira de um precipício.
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